A “AUTONOMIA” DAS FAMÍLIAS NO ACESSO AO TRATAMENTO DE CRIANÇAS COM CÂNCER CUJAS MÃES SÃO USUÁRIAS DE CRACK

THE “AUTONOMY” OF THE FAMILIES IN ACCESS TO THE TREATMENT OF CHILDREN WITH CANCER WHOSE MOTHERS ARE CRACK USERS

  • Kassia de Oliveira Martins Siqueira

Resumo

Este artigo pretende analisar a trajetória de uma criança com câncer e de sua família na busca pelo tratamento de saúde, problematizando a relação entre a política pública de saúde e o judiciário. Refletindo sobre o tratamento oncológico especificamente voltado às crianças cujas mães fazem uso prejudicial de crack. O artigo pretende discutir a relevância de serem observados os direitos à saúde e à vida dessas crianças na relação com as especificidades apresentadas por essas famílias, garantindo assim, o acesso ao tratamento mesmo diante das dificuldades de acesso à mãe da criança, que não deve ser culpabilizada pelo adoecimento da filha nem utilizada como justificativa para a desassistência da mesma.


Abstract


This article aims to analyze the trajectory of a child with cancer and his family in the search for health treatment, problematizing the relationship between public health policy and the judiciary. Reflecting on cancer treatment specifically aimed at children whose mothers use harmful crack, the article intends to discuss the relevance of observing the rights to health and life of these children in relation to the specificities presented by these families, thus ensuring access to the treatment even in the face of difficulties of access to the mother of the child, who should not be blamed for the illness of the daughter nor used as a justification for the absence of the same.

Referências

ALVARENGA FILHO, José. Seguindo estrelas e alimentando utopias: o desabrochar das muitas pétalas. in: NÓRTE, Carlos Eduardo; MACIEIRA, Raiana; FURTADO, Ana Lúcia (orgs). FORMAÇÃO: ética, política e subjetividades na Psicologia. Rio de Janeiro: Conselho Regional de Psicologia, 2010.

AYRES, Lygia. Subjetividades produzidas nos processos de “adoção-pronta”:a família afetuosa e a mãe desnaturada. In: COIMBRA, Cecília; AYRES, Lygia; NASCIMENTO, Maria Lívia. Pivetes: encontros entre a psicologia e o judiciário. Juruá.Curitiba:2009 p.48-56.

CARDOSO, Glauco. Resenha: A corrosão do caráter: as conseqüências pessoais do trabalho no novo capitalismo. Autor: Richard Sennett. Revista Contemporânea n.5, 2005.2.

DONZELOT, Jacques. a polícia das famílias. 2. ed. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1986.

GUATTARI, Félix; ROLNIK, Sueli. Micropolítica: cartografias do desejo. Petrópolis: Vozes; 1985.

MEIRELES, Cecília. Como se morre de velhice. Disponível em: http://www.citador.pt/poemas/como-se-morre-de-velhice-cecilia-meireles. Acesso: 07. de jul. 2018.

NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. Genealogia da Moral: uma polêmica. Tradução, notas e posfácio Paulo César de Souza. São Paulo, Companhia das Letras, 1998.

________. Além do bem e do mal: prelúdio a uma filosofia do futuro. Tradução, notas e posfácio Paulo César de Souza. – São Paulo: Companhia das letras, 2005.

SCHEINVAR, Estela. Anotações para pensar a proteção à criança. Revista do Departamento de Psicologia (UFF). Niterói, Rio de Janeiro, v. 10, n. 2 e 3, 2000.

_______. O feitiço da política pública: escola, sociedade civil e direitos da criança e do adolescente. Rio de Janeiro: Lamparina, Faperj, 2009.

VENTURA, M; SIMAS, L; PEPE, V; SCHRAMM, F. Judicialização da saúde, acesso à justiça e a efetividade do direito à saúde. Physis Revista de Saúde Coletiva. Rio de Janeiro, 20 [ 1 ]: 77-100, 2010.
Como Citar
SIQUEIRA, Kassia de Oliveira Martins. A “AUTONOMIA” DAS FAMÍLIAS NO ACESSO AO TRATAMENTO DE CRIANÇAS COM CÂNCER CUJAS MÃES SÃO USUÁRIAS DE CRACK. Episteme Transversalis, [S.l.], v. 10, n. 1, apr. 2019. ISSN 2236-2649. Disponível em: <https://revista.ugb.edu.br/index.php/episteme/article/view/1300>. Acesso em: 21 nov. 2024.