ESTUDO DO EXTRATO DE <i>RHIZOPHORA MANGLE</i> E SEUS EFEITOS IN VITRO SOBRE A ATIVIDADE DA 7-ETOXIRESORUFINAO-DESETILASE (EROD) MICROSSOMAL HEPÁTICA EM RATOS
Resumo
O ecossistema manguezal é muito extenso no Brasil, tendo grande variedade de espécies, incluindo plantas com atividades biológicas que ainda não foram totalmente elucidadas. Uma delas é a Rhizophora mangle, conhecida popularmente como mangue vermelho, é usada na medicina popular para o tratamento de úlceras, inflamação, diabetes, tumor e dores. As plantas de mangue vivem em condições de estresse ambiental (salinidade, temperatura, flutuação das marés e solo anóxico), estando adaptadas, morfologicamente e fisiologicamente, a este ambiente, e podem ser fontes potenciais de componentes biologicamente ativos, com ampla aplicação. Extratos de diversas plantas medicinais podem modular a atividade de enzimas responsáveis pela biotransformação, aumentando assim, a possibilidade de ocorrer interações entre fármacos quando administrados concomitantemente. Com isso, a utilização inadequada de um produto natural pode induzir alterações nas concentrações plasmáticas dos fármacos alopáticos e de seus derivados e, consequentemente, mudanças na sua eficácia e segurança. O objetivo deste trabalho foi investigar os possíveis efeitos in vitro de extratos metanólicos de folhas de R. mangle sobre a atividade da 7-etoxiresorufina-O-desetilase (EROD), enzima da classe das CYPs, responsável pela metabolização de diversas substâncias. Este estudo foi realizado com extratos de R. mangle obtidos a partir de folhas coletadas em 3 regiões diferentes do mangue: franja, bacia e transição. Os extratos metanólicos, nas concentrações de 25 e 50 µg/ml, reduziram significativamente a atividade de EROD, quando comparados ao controle; já na concentração de 2,5 µg/ml, teve pouco efeito na modulação da atividade desta enzima.