A PROPOSIÇÃO DE UMA ASSOCIAÇÃO DE PRÁTICAS PSICANALÍTICAS À PSICOFARMACOLOGIA COMO ALTERNATIVA À MEDICALIZAÇÃO ABUSIVA
Resumo
Vivemos em uma época marcada pelo imediatismo onde a moeda de troca de maior valor é o tempo. Com a ascensão da tecnologia e do uso da internet nota-se um constante aumento na demanda por produtividade associada à agilidade, levando a um uso desproporcional do tempo para atividades laborais e sociais, paralelo a pouco investimento em hábitos que promovam a saúde e auto cuidado. Como consequência fica evidente a emergência de sintomas como sinais do adoecimento do sujeito, em resposta à toda pressão e expectativa imposta pelo sistema capitalista. A partir disso vemos o uso indiscriminado dos psicofármacos como forma imediata de silenciar esses sintomas e atender à demanda de produtividade imposta. Em continuidade a uma lógica manicomial, a psicofarmacologia apenas mudou uma prática de contenção física para uma contenção química perpetuando o silenciamento da subjetividade. Este trabalho tem por objetivo propor um olhar sobre o sintoma pautado na teoria psicanalítica. Sintoma este que, ao emergir como uma formação do inconsciente, é considerado sinal do sujeito e não de uma doença. Busca-se frisar que o objetivo da psicanálise não é simplesmente a eliminação imediata do sintoma mas sim uma mudança na economia psíquica do sujeito a partir dos processos de simbolização e elaboração que, por consequência, resultarão na remissão do sintoma. Elaboração esta que seja efeito de um trabalho psicanalítico, associado ao tratamento medicamentoso quando necessário, propondo não uma sobreposição de métodos, mas sim uma relação dialética.
Referências
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