A (CON)FORMAÇÃO, O (CON)GRAÇAMENTO E A (CON)SOLIDAÇÃO DA “FAMÍLIA SIDERÚRGICA” SOB A ÓTICA DE “O LINGOTE” (1953-1957)
Resumo
O objetivo deste trabalho consiste em analisar o conceito de “Família Siderúrgica” e o consequente disciplinamento dos trabalhadores, utilizando “O Lingote” enquanto objeto de análise. O referido periódico foi utilizado como “dispositivo estratégico” e funcionou como aparelho de propagação ideológica da CSN, correspondendo ao discurso de família fabril. O ideal familiar se consolidava interagindo com um discurso de classe que pretendia agregar todos os trabalhadores, independentemente de suas funções. A CSN o utilizou conceito de “família siderúrgica“ para conformar um modelo de trabalhador (passivo, dócil e obediente) para atuar dentro da CSN. Assim, vamos analisar como esse conceito foi trabalhado para que essa ideia fosse absorvida e naturalizada no seu dia a dia; identificar os mecanismos de controle e vigilância utilizados para disciplinamento dos trabalhadores e demonstrar que essa noção afetou o poder de reivindicação “amenizando” a luta dos operários em Volta Redonda. Assim, cumpria o objetivo de conformação da classe trabalhadora, congraçamento de seus feitos e atitudes, enquanto consolidava-se a noção de família siderúrgica. As dádivas concedidas à “Família Siderúrgica” tiveram início com a construção da CSN (1942-46) e foram encerradas na década de 1960, justamente quando o projeto de família siderúrgica se viu em desmonte. A CSN começou a se desfazer de vários aparelhos urbanos e entregar a administração da ‘vila operária’ à prefeitura.
