A JOC E A FORMAÇÃO DA FRENTE OPERÁRIA EM VOLTA REDONDA (1969 – 1971)

Resumo

O presente trabalho aborda a participação dos militantes da JOC (Juventude Operária Católica) na formação da Frente Operária em Volta Redonda, no ano de 1970. Nesse período, desenvolveram – se relações muito próximas entre membros da Diocese local e grupos de esquerda. O caso mais notório e complexo dessa relação foi a ligação estabelecida entre membros da JOC que participaram da formação de um grupo clandestino intitulado Frente Operária, que reunia diversos grupos de esquerda (POLOP, PCBR, VAR e MR8), que pretendia organizar ações políticas contra a Ditadura. Nesse período, a Diocese, liderada por D. Waldyr adotou uma posição contrária a todas as políticas implementadas pelo governo militar. Nessa linha de atuação destacou - se a JOC, que mantinha ligação com grupos de esquerda, notadamente a POLOP. O objetivo geral dessa pesquisa é analisar as relações estabelecidas, entre Igreja Católica local representada pela Diocese de Volta Redonda, diante da formação de militantes atuantes da JOC e a Ditadura Militar em Volta Redonda, entre o período de 1967- 1974 (anos de chumbo), desdobrando-se nos objetivos específicos:   1- Identificar e contextualizar, a relação e linha de contato de militantes da JOC diante da formação da frente operaria, com elementos do clero, das pastorais e grupos da Igreja em Volta Redonda. 2- Descrever e analisar os principais conflitos e episódios envolvendo militares e membros da Igreja em Volta Redonda. 3- Especificar quais foram as formas de atuação da frente operária. O corpus documental utilizará fontes primárias da diocese: atas das reuniões, boletins da diocese, cartas, documentos, relatórios de pastorais, periódicos locais e nacionais, arquivos particulares do bispo, clérigos; arquivos da Associação Nacional de Anistiados Políticos (ANAP); projeto História Oral de Volta Redonda (PMVR); Relatório da Comissão Municipal da Verdade D. Waldyr Calheiros (2015), do Arquivo Nacional e da APERJ. Ressaltamos que temos pleno acesso aos arquivos da Cúria local, pois estamos trabalhando em conjunto ao professor, Paulo Célio, coordenador do curso de História (UGB), em um projeto de iniciação científica no mesmo local. Os resultados apontam que a esquerda revolucionária representada por militantes do grupo POLOP, PCBR, ALN e MR - 8, aproximaram – se de setores da igreja católica em Volta Redonda para expandir seus quadros e desenvolver ações políticas contestatórias a ditadura. A pesquisa aponta para a ligação da militante da POLOP, Estrella Bohadana, com alguns militantes da JOC, e membros do clero da Cúria Diocesana de Volta Redonda, para liderar a Frente Operária junto com outros grupos de esquerda revolucionária. A Frente Operária praticava panfletagens, e colagem de material em paredes, postes. Não foi encontrado na pesquisa, até o momento de sua divulgação, nenhum envolvimento armado.