INTER-RELAÇÃO ENTRE O TAMANHO DO DEFEITO DA PAREDE ABDOMINAL E O NÚMERO DE ÓRGÃOS HERNIADOS: Um Estudo em Fetos com Gastrosquise e Onfalocele
Resumo
Defeitos da parede abdominal (DPA) são anomalias humanas congênitas, com incidência de 1 em cada 2.000 recém-nascidos. Os DPA que ocorrem mais comumente são a gastrosquise e a onfalocele. Na literatura não foram encontrados relatos sobre comparações de parâmetros biométricos da parede abdominal em fetos com DPA. O objetivo deste trabalho foi observar se o tamanho (por meio do cálculo da área) do defeito da parede abdominal em fetos com DPA possui relação com o número de órgãos herniados. Foram estudados 22 fetos humanos, sendo 11 com DPA e 11 sem anomalias. Os fetos com DPA tiveram a parede abdominal minuciosamente dissecada. A largura e o comprimento do defeito foram medidos para calcular a área e estudar a correlação do tamanho do defeito com os órgãos herniados. Para análise estatística, foram utilizados os pós-testes Anova e Tukey. As diferenças foram consideradas estatisticamente significativas para p<0,05. As análises de regressão linear mostraram que o número de órgãos herniados não tem correlação significativa com a área do defeito (r2 = 0,2504, p = 0,5068). Nossos resultados mostraram que a área do defeito abdominal não teve correlação significativa com o número de órgãos herniados. Sendo assim, é possível concluir que o tamanho do orifício causado pelo defeito da parede abdominal não é um preditor da quantidade de órgãos que vão se apresentar estruídos pela fenda abdominal em gastrosquise ou onfalocele.