A PRÁTICA PSICANALÍTICA EM EXTENSÃO E DECOLONIAL COM OS SUJEITOS ADOLESCENTES: Novas Possibilidades
PSYCHOANALYTIC PRACTICE IN EXTENSION AND DECOLONIAL WITH ADOLESCENT SUBJECTS: New possibilities
Resumo
O presente trabalho busca discutir uma práxis apoiada nas contribuições da psicanálise em uma política clínica que propõe a ruptura com uma perspectiva individualizante e psicopatologizante da adolescência, suas demandas e especificidades. Configura uma tentativa de reafirmar a criação de espaços em que a psicanálise com adolescentes possa ser exercida com objetivo de romper com as estruturas socioculturais tradicionais e seus modos de subjetivação. É resultado de intensa reflexão e pesquisa sobre impasses e contradições encontrados na clínica com adolescentes e que, frequentemente, são negligenciados em projetos e políticas públicas direcionadas a tal público. Ao observar o campo da saúde mental no Brasil para adolescentes podemos constatar a necessidade de superar práticas de produção de subjetividades sem corpo, sem história e sem desejos. Faz-se necessário, portanto, atualizar as ferramentas conceituais e metodológicas para construir uma prática transformadora em um espaço voltado aos adolescentes e suas especificidades. A Ong Chega Junto nasce do incômodo frente a esse cenário, fundamentando-se na práxis psicanalítica como instrumento de resistência e alternativa aos imperativos neoliberais que invocam práticas medicalizantes sobre os corpos dos adolescentes. Nesse quesito, como o trabalho clínico-estrito e lato senso-com base psicanalítica destinado a atender adolescentes, pode promover uma nova compreensão sobre o adolescer, rompendo com ideias e conceitos a que nos submetemos pacificamente há séculos?