ABOLICIONISMO E NARRATIVA:
O Papel de “A Escrava” na Luta Contra a Escravidão
Resumo
Maria Firmina dos Reis foi uma escritora e professora brasileira, conhecida por ser a primeira mulher negra a publicar um romance no Brasil: "Úrsula" (1859). O seu segundo conto "A Escrava", parte da coletânea Vários Contos, oferece uma visão profunda da vida dos escravizados e reflete a crescente discussão sobre a abolição da escravidão no Brasil, que culminaria com a Lei Áurea em 1888. Na época, a literatura brasileira era dominada por autores brancos e abordava frequentemente a escravidão de maneira romantizada ou estereotipada. Logo, com a publicação deste e sua repercussão ao longo das épocas, os paradigmas romperam-se com essas recém-convenções, trazendo uma concepção mais crua e direta sobre a opressão, advinda de uma rica estilística que se aproveita de vários recursos linguísticos da época. Este trabalho tem como pretensão analisar sua narrativa da perspectiva linguística e abordar como seus elementos de escrita foram de grande impacto para a construção de um novo olhar, tanto para o mundo literário quanto para a luta a favor dos direitos humanos.