O CIÚME NA PSICANÁLISE E OS DESAFIOS NOS RELACIONAMENTOS AMOROSOS CONTEMPORÂNEOS
Resumo
O artigo propõe articular as contribuições da psicanálise sobre o ciúme com as mudanças nos relacionamentos amorosos na contemporaneidade, questionando se as novas formas de relacionamento são imunes ao ciúme ou se este permanece devido a elementos estruturais do sujeito. Apresenta uma revisão do conceito de ciúme segundo Freud, que identifica três camadas: ciúme normal, ciúme projetado e ciúme delirante, explicando a ligação com o desenvolvimento emocional e a identificação do eu. A análise também inclui aportes de Lacan e outros autores, como Denise Lachaud. Além disso, o artigo compara formas tradicionais de relacionamento com novas modalidades, considerando mudanças sociais nos papéis de gênero e direitos. A presença do ciúme é discutida independentemente do tipo de relação, enraizada na constituição do eu e na triangulação de relações. O objetivo é aplicar perspectivas psicanalíticas para entender e tratar o ciúme em relacionamentos contemporâneos. A metodologia adotada é de uma pesquisa bibliográfica baseada em materiais de estudos anteriores, como livros, periódicos e artigos relacionados ao tema. Conclui-se que o ciúme, enraizado na constituição do sujeito e ligado a processos como o complexo de Édipo e o estádio do espelho, influencia a subjetividade e a forma como lidamos com inseguranças e limites. Embora presente em diversas relações intersubjetivas, pode gerar angústia e toxicidade quando mal administrado. A psicanálise, como ferramenta de simbolização, permite ressignificar experiências e sentimentos, promovendo mudanças subjetivas.