ONTOLOGIA DA SALA DE AULA E CONSTRUÇÃO DO SIGNIFICADO LINGUÍSTICO

  • UGB FERP UGB
  • Alexandre da Silva

Resumo

O conceito de intersubjetividade referencial postula a necessidade de os interactantes estarem
visualizando um mesmo objeto posto num dado contexto de comunicação. Esta visualização
estabelece as condições de validação do objeto foco da atenção e a construção negociada de
significados. Além disso, essa construção de significados é normatizada e sempre situada.
Todavia, é comum que aconteçam mismatches de enquadramentos referenciais, ou seja,
desencontros que acontecem porque a construção de significados nunca se dá apartada das
experiências que constituem os sujeitos, o que torna possível diferentes enquadramentos
epistêmicos, em que aquilo que é posto para a visualização pode ser conceptualizado como
objetos diferentes para cada um dos interactantes. Neste trabalho, discutirei aspectos dessa
construção a partir da observação das condições de validação de termos que nomeiam
conceitos diferentes dentro e fora da escola e que podem suscitar mismatches de
enquadramento referenciais, como é o caso da palavra romantismo, que remete aos conceitos
de enlace amoroso, fora da escola, e de estilo literário, dentro dela, e da palavra coerência, que
diz respeito a um comportamento na vida cotidiana e a um elemento de textualidade dentro da
escola. Para verificar este estado de coisas avaliaremos atividades propostas em livros
didáticos de Língua Portuguesa, no Ensino Médio porque é deles que, quase sempre,
emergem tais atividades em sala de aula.

Como Citar
FERP, UGB; DA SILVA, Alexandre. ONTOLOGIA DA SALA DE AULA E CONSTRUÇÃO DO SIGNIFICADO LINGUÍSTICO. Simpósio, [S.l.], n. 4, oct. 2017. ISSN 2317-5974. Disponível em: <https://revista.ugb.edu.br/index.php/simposio/article/view/453>. Acesso em: 24 nov. 2024.