O JONGO DE BARRA DO PIRÁI
Um estudo sobre o perfil socioeconômico de jongueiros do Sul Fluminense
Resumo
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, dispõe sobre o reconhecimento e a importância de serem preservados e valorizados os patrimônios materiais e imateriais dos diferentes povos que contribuíram e contribuem para a formação do Estado brasileiro. O reconhecimento dos direitos culturais é um passo importante para a efetividade dos direitos humanos. Entretanto, o reconhecimento dos direitos culturais deve ser acompanhado de políticas públicas que garantam a sua efetividade. Diante desse contexto, propusemos o projeto de pesquisa “O ativismo político das comunidades jongueiras no processo de implementação de políticas públicas no Sul Fluminense”, pois o jongo é uma expressão cultural marcante da região que foi registrada como patrimônio cultural brasileiro. A presença do jongo no sul Fluminense decorre da forte influência cultural deixada pelos indivíduos que foram trazidos da África Central, os escravos genericamente denominados de bantus, durante o tráfico transatlântico de escravos e destinados ao trabalho nas lavouras, sobretudo de café. Nesse sentido, o objetivo geral da pesquisa consistiu em investigar quais são as formas de ativismo político empreendido pelas comunidades jongueiras no processo de implementação de políticas públicas, sobretudo culturais, nos municípios de Barra do Piraí, a fim de contribuir para a produção do conhecimento sobre as relações existentes entre direitos e diferenças e os desafios colocados à efetivação dos direitos humanos.
Para alcançar os referidos objetivos foi realizada a revisão bibliográfica sobre o tema, pesquisa documental, e pesquisa de campo com a aplicação de questionários semiestruturados junto aos integrantes do grupo de jongo Sementes D´África, localizado no município de Barra do Piraí.