ANÁLISE HISTÓRICA DA IMPLANTAÇÃO DOS CURRÍCULOS NO BRASIL E SUA INFLUÊNCIA NA QUALIDADE DO ENSINO
Resumo
A educação brasileira vive um dos seus momentos de maior debate. Ao mesmo tempo em que alcançamos de forma quase total a universalização do acesso a escola por todo o país a partir dos anos de 1990, o grande desafio hoje é fazer com que esse acesso seja acompanhado de qualidade no ensino. Avaliações nacionais e externas envolvendo alunos das escolas públicas e também privadas do país mostram que o nível de conhecimento adquirido e a capacidade de aplicação dos conteúdos estão muito aquém da média mundial. A educação no país, considerando todas as redes e sistemas de ensino, apresenta rendimento muito baixo, com raríssimas exceções. Há debates nos meios políticos, acadêmicos e educacionais, sobre as razões do baixo aproveitamento educacional no nosso país. Questões relacionadas a infraestrutura das escolas, deficiência na formação dos profissionais de ensino e, também, do currículo adotado, são algumas das causas apontadas para a grave crise que a educação vive no Brasil. Neste trabalho, procuramos estudar um pouco melhor a questão da definição do currículo escolar como fator preponderante para a qualidade do que se ensina e do que se aprende nas escolas brasileiras. A justificativa para esse estudo se deve ao fato de considerarmos a formulação do que uma sociedade deve conhecer e compreender, como elemento fundamental para a qualidade da formação de um povo, sobretudo no aspecto cidadã. A partir deste fator, fica evidente o nível de importância na definição de um currículo para os governantes em qualquer época da história que se analise. Sob uma perspectiva histórica, é possível compreender as intenções existentes a partir da formulação de currículos e outros tipos de interferências no sistema educacional
praticada por governantes. Avaliamos desde o período dos Jesuítas, passando pela Reforma Pombalina, pela formulação de uma LDB (nos anos 40), modificada pelo regime militar até chegarmos nos debates dos anos de 1990 (do Brasil redemocratizado), e a formulação de uma BNCC, Base Nacional Curricular Comum que se discute nos dias atuais.