NOS BASTIDORES DA ADICCÇÃO: UM ESTUDO COM ACOLHIDOS DE UMA CASA DE RECUPERAÇÃO DA REGIÃO SUL FLUMINENSE

  • Adilson Dias Bastos Centro Universitário Geraldo di Biase, Volta Redonda, RJ/Brasil
  • Ana Kelly Albuquerque Lima Pereira Silva Centro Universitário Geraldo di Biase, Volta Redonda, RJ/Brasil
  • Isabelle Vieira da Silva Centro Universitário Geraldo di Biase, Volta Redonda, RJ/Brasil
  • Richardson de Paula Campos da Silva Centro Universitário Geraldo di Biase, Volta Redonda, RJ/Brasil
  • Ursula Souza da Silva Centro Universitário Geraldo di Biase, Volta Redonda, RJ/Brasil

Resumo

O presente trabalho visou pôr em destaque, no âmbito da prática psicológica, a escuta da história de vida do adicto. O estudo foi desenvolvido de maneira qualitativa com 13 (treze) acolhidos de uma Casa de Recuperação na região sul fluminense. Realizamos um grupo focal visando identificar os contextos vivenciados. Os resultados obtidos foram analisados através da Análise de Conteúdo de Bardin. Representados por indivíduos que vivem à margem da sociedade, o adicto é inserido em uma categoria social depreciativa. Tornam-se sujeitos sem nome, sem rostos e reduzidos a tabelas estatísticas. A percepção social em relação a este indivíduo é reduzida a um único personagem: o dependente químico. Políticas públicas voltadas para a intervenção e a redução de danos são aplicadas. Todavia, o lugar de fala do indivíduo que utiliza as substâncias psicoativas é relegado e entregue ao reducionismo social do “sujeito incapaz”. Desse modo, entendemos que uma abertura para a possibilidade de nos encontrar com outro produz um enriquecimento subjetivo; uma vez que o método psicoterapêutico da escuta tem por objetivo devolver à pessoa, na medida do possível, uma possibilidade de enfrentamento às questões existenciais.

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Como Citar
BASTOS, Adilson Dias et al. NOS BASTIDORES DA ADICCÇÃO: UM ESTUDO COM ACOLHIDOS DE UMA CASA DE RECUPERAÇÃO DA REGIÃO SUL FLUMINENSE. Episteme Transversalis, [S.l.], v. 14, p. 1-25, jul. 2023. ISSN 2236-2649. Disponível em: <http://revista.ugb.edu.br/ojs302/index.php/episteme/article/view/2853>. Acesso em: 03 jul. 2024.