QUADRINHOS E EDUCAÇÃO NO BRASIL

  • Ana Cristina dos Santos Malfacini Universidade do Estado do Rio de Janeiro
  • Cristiana de Almeida Fernandes Centro Universitário Dom Bosco do Rio de Janeiro

Resumo

Modernização da escola; qualidade total; adequação do ensino à competitividade do mercado; eficiência do ensino público versus ensino privado; qualificação e profissionalização dos educadores; incorporação na escola das técnicas e linguagens da informática e da comunicação. Estas são apenas algumas das palavras e expressões que remetem à ideologia neoliberal e suas implicações na área educacional. Entretanto, mesmo que estas não sejam diretamente o foco deste artigo, é interessante mencioná-las para contextualizar o problema que atravessamos. Assim, nosso objetivo é mostrar um breve levantamento da trajetória dos quadrinhos no Brasil, traçando interfaces com a cultura espanhola e a estadunidense, onde o gênero também fora usado com fins ideológicos e político-partidários, antes de ser abraçado como uma estratégia de ensino pelos materiais didáticos nas escolas brasileiras.  Nesse sentido, destacamos os estudos de Fernandes (2017 e 2018), pesquisadora que tem se debruçado sobre o tema há mais de uma década, com o intuito de elucidar de que maneira as HQ vêm sendo usadas em favor de propostas políticas – algo que não é recente, nem restrito ao nosso país. Acreditamos, com isso, que este estudo – adaptado da tese doutoral de Fernandes (2018) –, possa ser de suma relevância para outros pesquisadores, sobretudo com interface nas áreas de Design, Comunicação e Educação.

Referências

BARI, Valéria Aparecida. O potencial das histórias em quadrinhos na formação de leitores: busca de um contraponto entre os panoramas culturais brasileiro e europeu. São Paulo: Escola de Comunicação e Artes / Universidade de São Paulo ­ECA/USP, 2008. (Tese de Doutorado).
BONINO, Rachel. Onomatopeia, imagem e ação. Revista Carta Capital – Set. 2013 – Ed. 79. Disponível em: . Acesso em: 05 Mar. 2016.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão. Conselho Nacional da Educação. Diretrizes curriculares nacionais gerais da educação básica/ Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Currículos e Educação Integral. – Brasília: MEC, SEB, DICEI, 2013.
FERNANDES, Cristiana de Almeida Et. Al. in VERGUEIRO, Waldomiro; RAMOS, Paulo; CHINEN, Nobu. (Orgs.) Desenho para quadrinhos: traço, estilo, mensagem. 4as Jornadas Internacionais de Histórias em Quadrinhos – Anais. 22 a 25 de agosto de 2017, São Paulo. São Paulo: Observatório de Histórias em Quadrinhos da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, 2017. Disponível em: . Acesso em: 01 Mar. 2018.
JÚNIOR, Gonçalo. A guerra dos gibis: a formação do mercado editorial brasileiro e a censura aos quadrinhos. São Paulo: Companhia das Letras, 2014.
LARA, Antonio. Los tebeos del franquismo. In: ALARY, Viviane (org.). Historietas, cómics y tebeos españoles.Presses Universitaires du Mirail, Toulouse, 2002.
LA VANGUARDIA ESPAÑOLA. Las historietas infantiles de horror. Notícia de jornal. 29 Out. 1954. MAdrid: LA VANGUARDIA ESPAÑOLA, 1954. P.10.
MARTÍN, António. Apuntes para una historia de los tebeos. Glenat, Barcelona,2000.
_________. La historieta española de 1900 a 1951. In: Arbor. Ciencia, pensamiento y cultura, CLXXXVII 2EXTRA, 2011.
MOYA, Álvaro de; D’ASSUNÇÃO, Otacílio. Edições maravilhosas: as adaptações literárias em quadrinhos. In: CIRNE, Moacy et al. Literatura em quadrinhos no Brasil: acervo da Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; Fundação Biblioteca Nacional, 2002.
SANCHIS, Vicent. Tebeos mutilados: la censura franquista contra Editorial Bruguera. Ediciones B, Barcelona, 2010.

VERGUEIRO, Waldomiro; SANTOS, Roberto Elísio. A revista Gibi e a consolidação do mercado editorial de quadrinhos no Brasil. Matrizes. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2014.
VERGUEIRO, Waldomiro; SANTOS, Roberto Elísio (orgs.) O Tico­Tico 100 anos: centenário da primeira revista de quadrinhos do Brasil. Vinhedo: Opera Graphica, 2005.
VERGUEIRO, Waldomiro; RAMA, Angela (Orgs.). Como usar as histórias em quadrinhos na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2014. 4ª ed.
VERGUEIRO, Waldomiro; RAMOS, Paulo. Quadrinhos na educação: da rejeição à prática. São Paulo: Contexto, 2013. 224 p.
Como Citar
MALFACINI, Ana Cristina dos Santos; FERNANDES, Cristiana de Almeida. QUADRINHOS E EDUCAÇÃO NO BRASIL. Episteme Transversalis, [S.l.], v. 15, n. 1, p. 14-26, abr. 2024. ISSN 2236-2649. Disponível em: <http://revista.ugb.edu.br/ojs302/index.php/episteme/article/view/3234>. Acesso em: 21 maio 2024.
Seção
EM PAUTA (Artigos em destaque)